Os Salesianos e a educação na Bahia e em Sergipe - Brasil 1897-1970

O centenário de qualquer organização ou entidade é um forte convite ao historiador para o estudo de suas origens, de seu desenvolvimento e dos motivos passados ou presentes de sua existência. Em se tratando de uma entidade educativo-pastoral, a tarefa torna-se mais séria e delicada. O sujeito do estudo é um corpo vivente, cujos membros não têm apenas objetivos comerciais ou de formação acadêmica, mas uma característica marcadamente evangelico-pastoral. São educadores que evangelizam, formando também a fé do educando. A história de um colégio não significa tão somente apresentar os acontecimentos relativos aos seus diretores, alunos ou ex-alunos. Trata-se primordialmente de vasculhar as raízes do projeto educacional dos fundadores, das necessidades iniciais que os atraíram e das respostas pedagógico-pastorais, apresentadas. É por este prisma que tentamos enfocar a história da presença e incidência social dos salesianos na Bahia e em Sergipe. O período histórico principal abrange cerca de 70 anos: de 1900 a 1970. Servimo-nos do Arquivo Salesiano Central da Congregação (Roma), dos Arquivos das Casas de Salvador, do Recife, de Aracaju, de Niterói, de Barbacena (MG), bem como de jornais e das bibliotecas e arquivos fotográficos das referidas instituições e de Niterói. Foram também objetos de nossa curiosidade científica alguns sítios históricos como a Tebaida em Sergipe, Canudos no sertão da Bahia, Valdocco e o Colégio de Valsalice na Itália e as escavações arqueológicas da Velha Catedral da Sé, onde tantas vezes estiveram os órfãos do Liceu Salesiano da Bahia com sua Escola de canto e sua banda. Os idiomas dos documentos pesquisados foram o italiano, o português, o espanhol, o francês e o latim.